O Futuro da Humanidade

By Eudes Simões

de Augusto Cury
Editora Sextante

 

Sinopse:

Primeiro romance do psiquiatra Augusto Cury, oferece uma rara oportunidade de repensar a sociedade e o rumo de nossas vidas. Com mais de 8 milhões de livros vendidos no Brasil, o autor nos presenteia com uma saborosa ficção que se apóia na sua vasta experiência profissional.

O Futuro da Humanidade conta a trajetória de Marco Polo, um jovem estudante de medicina de espírito livre e aventureiro como o do navegador veneziano do século XIII, em quem seu pai se inspirou ao escolher seu nome.

Ao entrar para a faculdade cheio de sonhos e expectativas, Marco Polo se vê diante de uma realidade dura e fria: a falta de sensibilidade dos professores, que não percebem que por trás dos sintomas de seus pacientes existem complexas histórias constituídas de lágrimas, perdas e decepções.

Indignado, o jovem desafia profissionais de renome internacional a fim de provar que os pacientes com transtornos psíquicos precisam mais de diálogos do que de remédios.

Esta comovente história nos leva a uma fascinante viagem pelo mundo da psicologia, introduzindo conceitos científicos de forma simples e nos fazendo refletir sobre os paradigmas da medicina, a indústria do preconceito e o sistema social.

Opinião do leitor:

Um livro de uma profundidade abismal. Trata de questões importantíssimas, não só voltadas para a relação médico-paciente, mas para os conflitos que cada um de nós vive. De maneira quase socrática, ele nos faz refletir sobre as questões mais básicas acerca da existência e personalidade humanas. Tenta quebrar os paradigmas sociais aos quais somos submetidos, através de uma narrativa emocionante e com diálogos memoráveis.

Insere sorrateiramente alguns conceitos de auto-ajuda, o que deprecia a qualidade do livro.

Em uma frase, recortada do texto, esse livro nos dá "a oportunidade de provar que vários mutilados pela vida têm muito a ensinar a quem tem muito o que aprender."

Recomendo!

O Caso dos Exploradores de Caverna

By Anônimo


de LON L. FULLER, tradução PLAUTO FARACO DE AZEVEDO
Sergio Antonio Fabris Editor

O livro “O Caso dos Exploradores de Caverna”, de FULLER nos conta estória de cinco amigos exploradores que ficam presos em uma caverna e deparam-se com as condições adversas a sobrevivência e os instintos animais do homem. A partir da percepção que ração que dispunham não era suficiente para o tempo de resgate, entram em um dilema alarmante sobre a possibilidade de alimentar-se de um dos sobreviventes.
O conflito entre o Jusnaturalismo e o Positivismo Jurídico recorre em um intenso debate na Corte Suprema de NEWGARTH, que aliado aos fatos que surgem conforme o a tentativa de resgate e o julgamento dos acusados, proporcionam ao caso um incidente caráter reflexivo filosófico.Os votos dos magistrados acirram o debate que a todo tempo tem novas informações e exemplos.

Opinião do Leitor:
Excelente. Não é necessário ser um profissional da área jurídica, ou estudante da mesma, para envolver-se com a narrativa do Autor, os votos dos Magistrados são verdadeiras aulas de Direito e o contexto do caso um reflexão filosófica, teórica e principalmente social, sobre princípios, valores, normas. O homem é apresentado conforme sua natureza, um animal.
Mas também apresenta uma sociedade envolvida com os acusados. A percepção da necessidade de sobreviver e o posicionamento jurídico rígido proporciona a constante mutação de posicionamentos do leitor que a cada voto dos magistrados muda de lado e ora age como Positivista, ora como Naturalista, sem saber ao certo qual posicionamento tomar.
A leitura é rápida, apenas vinte e seis páginas, mas de muita informação, de qualidade, uma obra-prima. O clássico querido dos professores de Direito. A verdade é que é extremamente atual, os diversos casos jurídicos que tomam dimensão social atualmente, como Isabela Nardoni, indicam a participação da sociedade civil e a dificuldade da classe jurídica manter-se imparcial a esta mobilização.


Guilherme Santana

Os Caminhos de Mandela. Lições de Vida, Amor e Coragem.

By Anônimo , In , ,


de RICHARD STENGEL
Editora Globo

O Autor escreve sobre o exemplo de vida de Mandela, contando suas ações e escolhas durante toda sua história pessoal e pública. Envolvido com o cotidiano do Sul-Africano, e com a produção de sua Autobiografia, Richard Stengel nos demonstra quando Mandela é mais político e quando é mais homem, assim como as lições que absorveu com as experiências de sua história e, principalmente, seu constante apreço pelo perdão.
Stengel procura demonstrar que o principal dom de Mandela é a bondade e que este apenas reflete no surgimento de novas qualidades. Percebe-o como um homem que se julga comum, mas que evidentemente possui diferenças de percepção sobre o contexto em que vive. Um homem à frente do seu tempo.
O livro conta sobre um Mandela que busca coragem, que toma atitudes políticas por instinto por um determinado tempo e por razão quando mais maduro, que magoa a família como pai, esposo, quer o melhor para África do Sul, calculista, inteligente, que busca a felicidade. Um Mandela meio homem, meio herói. O BOM Mandela.

Opinião do Leitor:
O livro é maravilhoso. Um outro lado de Mandela é apresentado aos leitores, que ficam apaixonados, como o próprio Autor, pelo líder político. Os juízos de valores sobre Mandela e a proximidade emotiva com o mesmo não prejudicam o enredo, pelo o contrário, o completam ainda mais por percebermos o lado humano de Mandiba.
As experiências de vida de Mandela impressionam, estimulam a acreditar que o Mundo mudará um dia, que pessoas como ele estão aqui presentes ao nosso lado e que em algum momento elas irão surgir e começarão a mudar nossas vidas, deixando para nós uma esperança, mas também a necessidade de continuarmos o trabalho.
Uma das lições mais interessante sobre ele no livro é “Mandela era tolerante a tudo, exceto à intolerância”. O homem que um dia foi apenas uma número “46.664”, e que hoje é uma referência de solidariedade, perdão, vontade e ação para todas as civilizações do Mundo.

Comer, Rezar, Amar

By [amanda] , In ,

Esse ano, eu, meu irmão e meu namorado (respectivamente, Eudes e Guilherme, que também escrevem neste blog) combinamos ler pelo menos 1 livro por mês. A idéia é incentivar o hábito da leitura entre nós... quer dizer, isso na verdade só serve para mim e para meu irmão, porque Guilherme não precisa de incentivo para ler. Ele 'come' livro no café, almoço e jantar... e de sobremesa, um livrinho de bolso (como se pode comprovar pela quantidade de títulos que ele já postou aqui... rsrs). Mas enfim, acabei meu terceiro livro na semana passada, e é verdade que estou um pouco atrasada, já que já estamos no mês 5, mas o fato é que, se não fosse por nossa combinação, talvez ainda nem tivesse terminado o primeiro. Com a rotina puxada de trabalhar em tempo integral e cursar duas especializações, confesso que a primeira coisa que sacrifico é a leitura. Então, a nossa brincadeirinha acabou sendo excelente! Vou adotar daqui pra frente, todo ano! =)

Vou começar minha participação no blog falando do meu terceiro livro do ano, meu Livro de Março (preciso chamar os livros pelo mês para não perder a conta!). Sobre o Livro de Janeiro e o Livro de Fevereiro, falarei depois.

Comer, Rezar, Amar
de ELIZABETH GILBERT
Editora Objetiva

O livro de Elizabeth Gilbert conta a história real dela mesma quando se viu perdida, aos 30 e poucos, e resolveu viajar por 3 destinos diferentes (Itália, Índia e Indonésia) em busca de seu equilíbrio e sua felicidade. Tenho certeza que todo mundo já ouviu alguma coisa sobre esse livro. Inclusive porque em breve será lançada a adaptação dele para o cinema, tendo Julia Roberts como protagonista. Pois, apesar de já ter ouvido opiniões negativas sobre o livro (em geral de leitores do tipo 'abomino-best-sellers'), resolvi dar uma chance a ele. E fiz muito bem!

É uma leitura leve, apesar de contar a história de uma mulher em profunda tristeza. Não sei se o livro fala com todas as mulheres, mas certamente falou comigo. Muitos dos pensamentos dela, eu compartilho; e muitos dos sentimentos também. O que não compartilho, entendo perfeitamente! Viver não é fácil, apesar de passarmos a infância sendo convencidos de que é, ou pelo menos de que pra você, será! Não é! Parte do desafio da vida, especialmente para as mulheres, está em lidar com a frustração quando descobrimos essa verdade. Atrelado a isso estão as condições atuais do mundo em que vivemos. O mundo vai girando cada vez mais veloz, e as exigências, crescendo na mesma velocidade. Coincidentemente, a Istoé desta semana fala exatamente sobre isso: as muitas cobranças que sofremos e o peso que isso proporciona. A revista cita 10 conseqüências dessas exigências, entre elas, a culpa pelo trabalho que deveria/poderia render mais, pelo tempo que NÃO se dedica aos filhos e a atividades culturais e por não conseguir acompanhar os avanços tecnológicos. Por isso, há de se entender a 'nova tendência' de altos executivos em tirar um ano sabático. Parece que enfim perceberam que a PESSOA vem antes do PROFISSIONAL. Uma pessoa doente nunca será um profissional sadio. Ainda estamos engatinhando nessa percepção, são privilegiados aqueles que conseguem as condições necessárias para fazer algo assim, mas já é um início.

Não penso que a receita para todos seja necessariamente um retiro espiritual, mas sim qualquer coisa que funcione no sentido de priorizar algo maior, o equilíbrio espiritual, a saúde mental, o contato com o divino... Suspeito que o meu 'ano sabático', a minha 'viagem em busca da felicidade' tenha começado quando voltei a morar em São Luís, quase 3 anos atrás. Como Liz Gilbert, também deixei pra trás todas as coisas que haviam se tornado cômodas e ao mesmo tempo destrutivas. Precisei rever muitos hábitos e muitos vícios e zerar o contador em busca de uma trilha mais tranquila. E como ela, também engordei alguns quilos... aparentemente, felicidade engorda (detalhe chatinho, mas tudo bem!). Outras coisas me ocorreram semelhante à história do livro, mas não vou contar pra não estragar a surpresinha da leitura. Valeu a pena pra mim... a leitura e, muito mais ainda, a viagem =)

Literatura e Política jornalismos em tempos de Guerra

By Anônimo , In , ,


de GEORGE ORWELL
Editora Zahar


Uma seleção de Artigos de Jornalismo, primeira parte do livro, e Artigos de Literatura, escritos por George Orwell, entre os anos de 1942 e 1948. Com perspicácia, na primeira parte do livro, o Autor demonstra suas agonias com o novo contexto político de um Mundo Bipolar. Temas como Censura, Cotidiano, Espanha, França, Alemanha, Inglaterra e até mesmo uma percepção de uma Índia aliada aos ingleses contra os japoneses são alvos de interpretações em artigos críticos que, por vezes, esclarecem nossas compreensões sobre o contexto do Mundo naquela época, e, em outras, demonstram as frustrações às aspirações de Orwell, que só o tempo poderia esclarecer mais tarde.
A segunda parte é composta de resenhas feitas pelo Autor sobre produções literárias da época, e o juízo de Orwell sobre as mesmas. Grandes pensadores criticados e questionados em seu próprio contexto. As dúvidas do Autor produzem aos leitores do periódico britânico Observer uma seleção de grandes cientistas sociais daquela época e ainda de brilhantes obras produzidas conforme as aspirações e frustrações do próprio tempo. Categórico, incisivo, o Autor não perdoa produções midiáticas, mas reverencia cada importância das obras em busca de um ponto positivo.

Opinião do Leitor:
Um livro excelente se percebermos o contexto histórico em que são produzidos os textos, e qualidade e gabarito do Autor. Somente após as 100 primeiras páginas partiu a reflexão da produção literária enxergada em seu tempo, o que tornou necessária a retomada de artigos anteriores para novas reflexões. Orwell demonstra suas mágoas com os sistemas vigentes e sua experiência de vida no Mundo, assim como sua satisfação com um modelo de democracia social: A Inglaterra.
Nas resenhas sobre os livros, muitas se tornam críticas de um especialista criterioso, e, por isso, o livro torna-se enfadonho em alguns momentos, mas é uma lição sobre história, política e literatura do Mundo naquele contexto. Os textos são produzidos entre 1942 e 1948, é natural que o Autor seja influenciado pelas realidades de seu tempo e contexto decepcionante em que estava situado, por isso algumas reflexões de Orwell que parecem óbvias só se encaixam com a devida proporção temporal, para que haja uma assimilação do leitor.
Um Mundo aos olhos de Orwell é uma boa observação. Uma excelente aprendizagem, um ótimo estudo. Um maravilhoso livro, no geral, mas que oscila entre momentos muito bons e momentos péssimos, o que pode provocar uma desistência da leitura.

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil

By Anônimo , In , ,


de LEANDRO NARLOCH
Editora Leya


O Jornalista produziu uma obra de reflexão sobre a historiografia brasileira, apontando temas como; Índios, Negros¸ Guerra do Paraguai, Santos Dumont, Aleijadinho e Comunistas. Disposto a apresentar a História de outra forma, o Autor procura identificar o momento de produção de “chavões” históricos e discute a falibilidade deles.No capítulo sobre os Negros, podemos refletir sobre o processo de colonização da América Latina em geral, assim como sobre o sistema escravista, e o Quilombo de Palmares. A percepção da influência africana no tráfico negreiro, como agentes e não simplesmente como pacientes, permite uma conscientização não etnocêntrica, uma assimilação do contexto daquela região, daquela cultura. Apresenta dúvidas sobre a história de dois dos principais ídolos nacionais; Santos Dumont e Aleijadinho. Do primeiro paira a dúvida sobre a criação do avião e mesmo do relógio de pulso, com uma argumentação minuciosa sobre os irmãos Wrigth, americanos. Sobre o segundo fica a dúvida sobre o complexo conjunto de obras e sua capacidade de produção, assim como a valorização de suas condições físicas e a necessidade de produzir ídolos e obras com identidade nacional. Entretanto o capítulo sobre Comunistas, sem dúvida, é o que apresenta uma reflexão atual sobre o contexto histórico no Brasil. A recente manutenção da Lei de Anistia do país pelo STF, gerou polêmica entre os brasileiros, entretanto a apresentação, pelo Autor, de ações criminosas dos revolucionários contra a Ditadura Militar, que foram transformados em heróis nacionais, provoca diversos questionamentos sobre suas ações heróicas. A disputa sucessória a presidência nacional atual tem atores daquele momento, como o Candidato Serra e a Candidata Dilma Rousseff. Heróis ou Criminosos?


Opinião do Leitor:
O Livro mostra uma pesquisa bibliográfica vasta sobre temas mundialmente polêmicos da historiografia brasileira, argumentando a história como produzida e transmitida sobre fatos e personagens e seus reais propósitos. Entre os temas escolhidos pelo jornalista alguns impressionam pela sinceridade da narrativa; como: Negros, Santos Dumont, Aleijadinho, mas principalmente o Comunismo. Essa reflexão sobre esses temas permite ao leitor perceber as intenções de determinadas produções da historiografia nacional e a real falibilidade dos pesquisadores que não envolvidos por suas paixões e necessidades, conforme o contexto ao qual fazem parte. O capítulo sobre o Comunismo desperta insegurança nos candidatos presidenciáveis do Brasil, ações criminosas sobre uma justificativa revolucionária, podem criar alguns defensores e apaixonados pela ótica da revolução armada, apresentando esta como uma única via, mas para os mais esclarecidos esta é apenas uma ação arbitrária, violenta que não nos permite segurança sobre um futuro presidente, a ótica da revolução das idéias permeará pelas lições de Mandela. A narrativa envolvente do jornalista acaba demonstrando que cada vez mais o Historiador vem perdendo espaço para profissionais de outras áreas que atingem o público em massa e não reduzem aos seus pares a produção. Essa pesquisa tem a percepção científica clara, não sendo apresentada como mera suposição, ou teoria da conspiração, mas uma interpretação de documentos e de uma vasta bibliografia.