Esse ano, eu, meu irmão e meu namorado (respectivamente, Eudes e Guilherme, que também escrevem neste blog) combinamos ler pelo menos 1 livro por mês. A idéia é incentivar o hábito da leitura entre nós... quer dizer, isso na verdade só serve para mim e para meu irmão, porque Guilherme não precisa de incentivo para ler. Ele 'come' livro no café, almoço e jantar... e de sobremesa, um livrinho de bolso (como se pode comprovar pela quantidade de títulos que ele já postou aqui... rsrs). Mas enfim, acabei meu terceiro livro na semana passada, e é verdade que estou um pouco atrasada, já que já estamos no mês 5, mas o fato é que, se não fosse por nossa combinação, talvez ainda nem tivesse terminado o primeiro. Com a rotina puxada de trabalhar em tempo integral e cursar duas especializações, confesso que a primeira coisa que sacrifico é a leitura. Então, a nossa brincadeirinha acabou sendo excelente! Vou adotar daqui pra frente, todo ano! =)
Vou começar minha participação no blog falando do meu terceiro livro do ano, meu Livro de Março (preciso chamar os livros pelo mês para não perder a conta!). Sobre o Livro de Janeiro e o Livro de Fevereiro, falarei depois.
Comer, Rezar, Amar
de ELIZABETH GILBERT
Editora Objetiva
O livro de Elizabeth Gilbert conta a história real dela mesma quando se viu perdida, aos 30 e poucos, e resolveu viajar por 3 destinos diferentes (Itália, Índia e Indonésia) em busca de seu equilíbrio e sua felicidade. Tenho certeza que todo mundo já ouviu alguma coisa sobre esse livro. Inclusive porque em breve será lançada a adaptação dele para o cinema, tendo Julia Roberts como protagonista. Pois, apesar de já ter ouvido opiniões negativas sobre o livro (em geral de leitores do tipo 'abomino-best-sellers'), resolvi dar uma chance a ele. E fiz muito bem!
É uma leitura leve, apesar de contar a história de uma mulher em profunda tristeza. Não sei se o livro fala com todas as mulheres, mas certamente falou comigo. Muitos dos pensamentos dela, eu compartilho; e muitos dos sentimentos também. O que não compartilho, entendo perfeitamente! Viver não é fácil, apesar de passarmos a infância sendo convencidos de que é, ou pelo menos de que pra você, será! Não é! Parte do desafio da vida, especialmente para as mulheres, está em lidar com a frustração quando descobrimos essa verdade. Atrelado a isso estão as condições atuais do mundo em que vivemos. O mundo vai girando cada vez mais veloz, e as exigências, crescendo na mesma velocidade. Coincidentemente, a Istoé desta semana fala exatamente sobre isso: as muitas cobranças que sofremos e o peso que isso proporciona. A revista cita 10 conseqüências dessas exigências, entre elas, a culpa pelo trabalho que deveria/poderia render mais, pelo tempo que NÃO se dedica aos filhos e a atividades culturais e por não conseguir acompanhar os avanços tecnológicos. Por isso, há de se entender a 'nova tendência' de altos executivos em tirar um ano sabático. Parece que enfim perceberam que a PESSOA vem antes do PROFISSIONAL. Uma pessoa doente nunca será um profissional sadio. Ainda estamos engatinhando nessa percepção, são privilegiados aqueles que conseguem as condições necessárias para fazer algo assim, mas já é um início.
Não penso que a receita para todos seja necessariamente um retiro espiritual, mas sim qualquer coisa que funcione no sentido de priorizar algo maior, o equilíbrio espiritual, a saúde mental, o contato com o divino... Suspeito que o meu 'ano sabático', a minha 'viagem em busca da felicidade' tenha começado quando voltei a morar em São Luís, quase 3 anos atrás. Como Liz Gilbert, também deixei pra trás todas as coisas que haviam se tornado cômodas e ao mesmo tempo destrutivas. Precisei rever muitos hábitos e muitos vícios e zerar o contador em busca de uma trilha mais tranquila. E como ela, também engordei alguns quilos... aparentemente, felicidade engorda (detalhe chatinho, mas tudo bem!). Outras coisas me ocorreram semelhante à história do livro, mas não vou contar pra não estragar a surpresinha da leitura. Valeu a pena pra mim... a leitura e, muito mais ainda, a viagem =)